Onde está o problema?

Um dia desses, como em qualquer outro, fomos eu e alguns amigos almoçar em um restaurante perto da universidade.
Nada demais se esse restaurante não fosse novo e com um preço ultrabarato: R$10,00/kg ou R$6.00 coma a vontade. Eu sei que existem lugares mais baratos e com mais baratas, mas perto de uma universidade é bem em conta.
Ao chegarmos no local, porém, ele estava fechado, com uma placa bem a vista escrito "Fechado por problemas com a fechadura, desculpe o transtorno!". Uma das funcionárias estava entrando por um porta lateral e perguntamos, só por mera curiosidade estudantil inútil, qual foi o problema tão sério com a fechadura que os levou a fecharem o restaurante.

F: A fechadura foi arrombada e o restaurante foi roubado.
G: Nossa, mas o problema não é a fechadura, mas sim o roubo.
F: Não.
G: Como não?
F: Se a fechadura não tivesse sido arrombada o restaurante não teria sido roubado, portanto não haveria o problema.
G: Não faz sentido, o restaurante está fechado porque houve um roubo, se a fechadura fosse arrombada, mas acontecesse o roubo, não teria problema. Ou ainda, o restaurante poderia ser roubado, sem arrombar fechadura.
F: Você que não faz sentido, pra que arrombar, se não vão roubar? Ou como eles poderiam ter roubado sem arrombar a fechadura?
G: Sei lá, abrindo um buraco na parede talvez.
F: Aí o problema seria da parede.
G: Não. O problema está no roubo!! Você está culpando a forma pelo ato!!
F: O que poluí o ar numa fábrica?
G: A fumaça da combustão.
F: Então! Da mesma forma que quem poluí é a chaminé, não o homem, quem mata é a arma não o assassino, o que permite o roubo é o arrombamento, não o ladrão.
G: (tom irônico) Libertem os assassinos, eles não tem culpa, a culpa é da arma, aquele objeto inanimado sem coração.
F: Olha moço, tenho muito trabalho pra fazer, tem uma panela lá no fogo com os salgadinhos que a gente vende a tarde. Então tchau!
G: Relexa, se o salgadinho queimar a culpa é da panela mesmo, não precisa se preocupar!