domingo, novembro 12, 2006

O Caso das Abelhas ou A Vez Que Eu Cheguei Mais Perto de Morrer

Alguns posts atrás, mais especificamente no post top 10 - Coisas que eu odeio, falei que odiava abelhas e que um dia eu contava o porquê. Bom, aqui está a história do porquê.

Nos tempos em que minha avó morava na megalópole de Monteiro Lobato, era comum eu ir visita-la nos fins de semana, eu e meus primos pra dizer a verdade, todos com idade muito próxima cerca de 3 anos de diferença entre o mais velho e o mais novo (dentre os que iam visita-la), vamos nome-las por ordem de nascimento, do mais velho pro mais novo eu sou o número 2, teoricamente eu devia ser o segundo mais responsável e sensato, na minha madura idade de quase 9 anos. A gente sempre tinha uma fase, uma mania, um hábito que durava alguns meses e acabava, entre as diversas fases estão: Piromania, Fliperama, Pererão, Bibcicleta, Jogar bola ao lado do rio (e quase se aforgar tentando salva-la depois), RPG, arma de feijão, entre outros. Nada muito sério, talvez com a exceção da piromania, mas juro que nimguém se queimou.

Entre essas fases houve uma que posso chamar de fase "exterminador de insetos" ou "os caça-insetos" (meu deus, que piada infâme). Bom, estavamos na praça de baixo da cidade (sim, existia a praça de cima) no maravilhoso dia de 31 de dezembro de 1995, se não fosse no ano novo não tinha graça. Atacavamos algumas abelhas daquelas pretas sem ferrão, felizes e contentes. Até que alguém teve a brilhante sacada: "Aqui não tem graça, vamos brincar com aquela colméia de abelhas com ferrão que ficão atás da gruta", uma idéia simplesmente genial para 5 meninos de 6 a 9 anos, podem ver que a inteligência é de família.

Chegamos atrás da dita gruta e vimos a colméia. Começamos a jogar pedras contra ela, mas para quem não sabe, uma colméia é dura e bem resistente, as pedras apenas riconcheteavam nela. Já estavamos cansando quando meu Primo 1 (o mais velho, lógico) vira pros outros e diz: "Só isso tá chato, quero ver vocês jogarem isso!" e nos mostra uma estaca de fincar no chão para fazer cerca, nas mãos de uma criança parecia uma lança, apesar de ter apenas uns 30 cm. Meu Primo 3 se sentiu tentado pelo desafio, pegou a estaca e arremesou contra a colméia, nem Guilherme Tell seria mais certeiro, a estaca entrou no meio da colméia e ficou ali.

Nos sentamos no pequeno barranco que existe ali, uns 2 minutos depois, uma abelha picou meu Primo 1 no braço, meu primo soltou um berro de susto e raspou no chão, então olhamos pra cima. Juro, naquele momento eu troquei idéia com a Morte, nunca bateu tanto medo de ir cumprimentar Deus pessoalmente(mesmo que eu não acredite em Deus, naquele momento eu acreditei em todos Deuses de todas religões). O céu escureceu. Aqui nossa história se dividi em três: a do Primo 3, a do Primo 4 e a doas primos 1, 2(eu) e 5. Vou contar essas histórias por tópico pra ficar mais claro.

Primo 3

Quando percebeu o enxame: Bem antes dos outros.
Providência: Saiu correndo e já estava a uns 40 metros quando os outros começaram a correr.
Ponto forte do plano: Levou menos picadas.
Ponto fraco do plano: Se protegeu das abelhas girando os braços ao redor do corpo
Consquências: Chegou rápido na casa da nossa avó, alertou a todos e ficou com um braço da largura da coxa.

Primo 1, eu e Primo 5

Quando percebemos o enxame: No momento que o Primo 1 levou a picada.
Providência: Corremos para a casa mais próxima, ouvimos o primo 1 dizer que a gente ia morrer (super confortante vindo do primo mais velho), nos cobrimos de lençóis e cobertores e corremos para uma Kombi escolar que veio nos buscar para levar pro posto de saúde.
Ponto forte do plano: Recebemos amparo dos adultos e conseguimos carona pro posto.
Ponto fraco do plano: Ficamos muito tempo expostos às abelhas, deixei meu óculos quebrar e levamos abelhas até um quarto com um bebê de 6 meses (como a gente foi doce...).
Consequências: Levamos mais picadas que o primo 3, chegamos antes ao posto, arriscamos a vida de um bebê e quebrei meu óculos.

Primo 4

Quando percebeu o enxame: No moemento que todo mundo começou a correr.
Providência: Correu para mesma casa que a gente, pulou pela janela, nem chegamos a vê-lo, só descobrimos que ele foi pra lá também dias depois, deram banho nele, enrolaram em um lençol e levaram ele de carro pro posto, onde chegou 15 minutos depois dos outros.
Ponto forte do plano: O banho alivou dores não sei como.
Ponto fraco do plano: Foi o que mais levou picadas, chegou tarde ao posto.
Consequências: Foi o que passou pior depois.

Descobrimos depois as estatísticas do enxame:
- 3 gatos mortos
- 3 cães mortos
-2 passarinhos mortos
- 2 papagaios mortos
- 1 batida de carro
- 1 BURRO (o animal) morto (estava amarrado em um poste perto).

Mais a noite foi uma festa de vômitos, fui o único que não vomitei, talvez por isso somente eu e o primo 3 (o que levou menos picadas) estavamos acordados durante a passagem pro ano novo. Criei desde então um carinho especial pela atividade de torturar e fazer com que as abelhas sofram o máximo possível. Mais tarde os bombeiros queimaram a colméia para evitar que futuros idiotas tenham a mesma idéia e descobriram que a estaca matou a abelha rainha, o primo um tem uma mira do c******.

A parte boa é que agora nós somos lenda na cidade, "os meninos das abelhas", não sei se isso é bom, mas o reconhecimento é universal, pelo menos para a população fenomenal de 5000 habitantes da cidade.



PS: Faz um tempo que não atualizava, estou meio encrencado com a facul, mas logo passa, ai volto com as atualizações mais freqüentes.

3 comentários:

Anônimo disse...

Putz... essa era a história que faltava!!!
Acho q vcs merecem ateh uma estátua em Monteiro Lobato, afinal, vcs tb são celebridades na ciadade!!! hahahaha

É que que o brasileiro não era vivo no tempo dessa sua história, senão certamente vcs estariam em algum capítulo do Sítio do Pica-pau Amarelo... hahahah
akele abraço

Anônimo disse...

ASSASSINOS!!!

Anônimo disse...

Pera lá...
há algumas inverdades e algumas suposições nessa história.
Seguindo o modelo de tópicos, vejamos:

1-Quem viu a estaca fui eu(1),quem deu a idéia de tacar foi o Caio(3) quem tacou fui eu(1).E não parecia uma lança, era uma estaca mesmo.

2-Matou a abelha rainha?Imagino que nem o maior perito em apicultura poderia constatar isso vendo uma colméia perfurada por uma estaca e queimada por um maçarico.

3-A quantidade de animais mortos e suposição...ninguem sabe ao certo as estatisticas da chacina...mas entendo que isso tenha bom papel na função narrativa e que dê uma graça maior a história.


outras ainda virão...

propaganda sacana:
www.sal_wuoraburcy.blog.uol.com.br
outra verssão dos fatos lá está...